Mensagem visualizada (e obviamente não respondida)

Eu sei que tenho capacidade e potencial para o desenvolvimento de vários probleminhas de saúde por causa do meu dia a dia não tão saudável. Dor de cabeça, gastrite e tendinite são alguns que eu até já tenho, sintomas aparecem aí de vez em quando pra dar um alô. Mas tem um problema em especial que eu sei que já estou adquirindo, mesmo sem nem saber o nome ainda: devo ter um TOC, síndrome, doença ou sei lá o que devido à mensagens não respondidas.

As redes sociais e a internet em geral proporcionaram a todos nós novas formas de comunicação sem as quais a gente certamente não saberia como viver sem. Só que elas também nos apresentam novas formas de falta de respeito que são esfregadas na sua cara com uma rapidez e eficiência que a sua vó que ainda manda cartinhas não consegue nem imaginar.

As mensagem não respondidas no chat do Facebook são o exemplo mais claro disso. Mark Zuckerberg instituiu a paranoia coletiva ao colocar isso de “Visualizada às 23:40”. Se a resposta não vem em um período de tempo aceitável (isso varia de cada um, eu acho que até que dou um limite amplo), é claro que você começa a imaginar que tá mandando mal na conversa. Vai ver é pior ainda quando a resposta chega, muito tempo depois, e é constituída apenas de um =). Se o chat fosse um videogame, esse =) que encerra o assunto seria um GameOver. Se fosse no twitter, você receberia a hashtag #fail. Posso estar sendo louca? Sim, claro e com certeza. Mas me digam se a realidade não é tipo isso mesmo, por favor.

Com emails é bem chato também. Não tem o “visualizado”, então você fica no escuro. Ou nem tanto. A pessoa não responde seu maldito email, mas você vê ela online, vê que ela teve tempo para curtir 53 status no Facebook e postar fotos no Instagram. Mas não para responder seu email. Porra, galera. Vai querer se dedicar à arte de evitar pessoas, ok. Quem nunca. Mas vamos fazer isso direito.

Só sei que essa vida de mensagens nas redes sociais exige uma serenidade de monge e um controle de ansiedade que eu com certeza ainda não possuo. Por isso estou em busca de uma rehab para prejudicados pela comunicação virtual. Quero muito que chegue o dia em que eu poderei dizer: “Oi meu nome é Fernanda e eu estou há 24 horas sem dar F5 na caixa de entrada”.

“OMG, he’s online. Can he see me?”